quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sobre a idéia desse blog

Decidimos criar esse blog para contarmos sobre como é a vida em Barcelona, pelo pouco tempo que tivemos o gostinho de experimentar. Ficamos por lá quase dois meses e desde o nosso primeiro post não sabíamos direito qual enfoque iríamos dar. Queremos antes de mais nada ajudar as pessoas que assim como a gente também se aventura ou pretende se aventurar por lá.

Concordamos logo de cara que se adotassemos uma linha próxima demais de um guia turístico esse blog iria soar um pouco como um “chover no molhado”, já que é muito fácil encontrar informações para turistas na internet (vide google) ou em guias de viagem propriamente ditos. Mas sempre tivemos em mente que seria competamente válido experimentar escrever periodicamente oque vivíamos lá aqui na internet. Isso nos soava como algo mais desafiador, ainda mais que nossas carreiras de jornalista e publicitária estavam prestes a começar.

Optamos por fazer relatos de nossa estada pelas tierras catalanas da mesma forma que escreveríamos um diário de bordo, cheio de notas, recuerdos e de um jeito bem pessoal. Então não espere encontar aqui somente as super atracões de uma cidade badalada como Barcelona é capaz de oferecer. Queremos ajudar a entender melhor essa grandiosa cidade de perto, como é o seu clima, costumes, comidas, manias e manhas. Então se você chegou até aqui se perguntando quais são as diferenças entre a Espanha e o nosso país, você veio ao lugar certo, boa leitura!

sábado, 8 de março de 2008

Nós também quase fomos deportados!

Gostaríamos de compartilhar com vocês alguns fatos importantes da nossa viagem agora que cada vez mais os turistas brasileiros têm precebido a entrada negada nos aeroportos na Espanha e em outros paíse da Europa.

Descobrimos logo de cara que apesar do turismo ter se tornado algo bastante expressivo na cultura das cidades européias não espere ser recebido de braços abertos pelo simples motivo de ser de fora. Para nós dois as diferenças entre os brasileiros e os espanhois começam na forma mais básica de tratamento humano, a hospitalidade. E parece que os espanhois têm um falsos cognato com um significado muito distorcido dessa palavra.

Nós, como muitos outros compatriotas verde-amarelos que cruzaram o mar para chegar aqui, fomos barrados pelo controle de imigração ao pisar em solo catalão e fomos "convidados a passear" de camburão pelo aeroporto. Sem muitas palavras ou explicações sobre oque estava realmente acontecendo, quase quatro horas depois, tivemos nosso passaportes finalmente carimbados e fomos liberados para entrar legalmente no país.

Não era preciso entender sequer nem uma palavra de espanhol ou catalão para compreender que não eramos tão bem vindos quanto esperávamos. Traumas à parte, depois deste lamentável episódio, finalmente iríamos aproveitar a oportunidade de estar na Espanha e conhecer outras águas salgadas, que não as do Atlântico.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Espanhois voltam para casa...



(Reuters) - Oito cidadãos espanhóis foram impedidos de entrar no Brasil e mandados de volta para a Espanha após terem desembarcado no aeroporto internacional de Salvador, na Bahia, sem apresentar as garantias exigidas por lei para a imigração, informou nesta sexta-feira um funcionário da Polícia Federal.
O repatriamento, ocorrido na noite de quinta-feira, aconteceu um dia após um grupo de brasileiros ter sua entrada na Espanha negada e ter sido retido no aeroporto enquanto aguardava um vôo de volta ao Brasil. O episódio irritou as autoridades brasileiras que ameaçaram adotar tratamento similar aos espanhóis que vêm ao país.
Os brasileiros deportados têm desembarque de volta para o país previsto para esta sexta-feira.

Os espanhóis que tiveram a entrada no Brasil recusada --cinco homens e três mulheres-- foram mandados de volta para a Espanha por não terem apresentado dinheiro suficiente para ficar no Brasil e nem reservas em hotéis, entre outros requisitos exigidos pela lei, segundo o funcionário da imigração da PF no Aeroporto Internacional de Salvador.

"Eles desembarcaram por volta de 21h30 e voltaram no mesmo vôo, às 23h", disse à Reuters por telefone o funcionário da PF. "Eles não preenchiam os requisitos para imigração."

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou na quinta-feira que estava examinando a adoção de medidas em resposta ao ocorrido com brasileiro na Espanha, "tendo em conta, inclusive, o princípio da reciprocidade", segundo nota oficial.
O funcionário da PF informou que a recusa à entrada dos espanhóis se deu exclusivamente por questões imigratórias.

De acordo com a nota divulgada pelo Itamaraty, a negativa dada a brasileiros que tentam entrar na Espanha vêm se repetindo e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, já declarou ao seu colega espanhol estar "insatisfeito" com essas restrições e pediu "tratamento digno" aos brasileiros que pretendem entrar na Espanha.

No grupo barrado esta semana na Espanha, estavam dois estudantes que participariam de um congresso em Lisboa, Portugal, e faziam escala em território espanhol.


Poisé,
"Eles não preenchiam os requisitos para imigração". A sorte deles é que eles não fizeram nenhum "tour no camburão". Se eu eu fosse da PF eu ainda completaria "Se ta achando ruim, vai reclamar com o Cap. Nascimento, seu mu-le-que!"


sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sobre Barcelona, o Burro Catalão e a saudade

Barcelona é, sem dúvida, uma cidade de contrastes: está entre o mar e a montanha, entre a loucura e a sensatez, entre o colorido e o cinza, entre a vanguarda e a tradição. É cidade cosmopolita por vocação, que já nasceu como lugar de passagem de mercadores e viajantes de todo o mundo. O comércio costeiro sempre foi o forte do lugar, mas Barcelona também é dona de uma lista quase infinita de galerias de arte, museus, monumentos e edifícios de grande interesse.

A cidade é rival de longa data da capital da Espanha, Madrid, em aspectos que vão muito além do que vemos nas partidas entre o Real Madrid X F.C. Barcelona. O touro, símbolo da Espanha, encontra aqui seu inimigo, o Burro Catalão, espécie típica de burrinho que esteve à beira da extinção, mas que, por um esforço do governo da Catalunha, hoje é um protegido símbolo do caráter trabalhador e leal desse povo que zomba daqueles que os chamam de espanhóis.

São múltiplas as oportunidades que um lugar como este pode oferecer. É certo que trouxemos de volta para casa um pouco daquela sensação de que dava para aproveitar um pouco mais por lá. Mas é isso que nos faz ter vontade de voltar para lá sempre, e voltar para nossa casa aqui no Brasil sempre. Porque assim entendemos porque saudade é uma palavra que só existe para nós, brasileiros.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sobre o turismo em Barcelona

O mais óbvio ao se falar de turismo em Barcelona, além de mencionar sua agitada vida noturna, é citar Las Ramblas. Rambla vem do árabe “ramla”, e significa o caminho que a água da chuva faz no chão em direção ao mar. E o percurso mais natural para conhecer essa avenida é exatamente esse: saindo da Plaza Catalunya e descendo até o porto, onde está o monumento de Cristóvão Colombo, que indica com o dedo a direção das Américas.

Aqui, os seculares prédios escondem bares, cafés e lojas modernas, que rodeiam a larga avenida por onde transita o principal fluxo de pessoas na cidade. Não é um lugar para se visitar com pressa, mas para se perder por horas entre os artistas de rua, animais, flores, frutas e bancas de jornais de diversas partes do mundo (colecionamos exemplares escritos em árabe, francês, romeno e inglês – mas não vimos nenhum jornal brasileiro dando as caras por aqui).

Apesar das diversas culturas em movimento e do sentimento de animação ouvido em línguas diferentes, nas Ramblas tudo é muito caro. Um garrafinha de água nas calçadas desta avenida custa, no mínimo, o dobro do preço que encontramos ao virar a esquina e andarmos mais uns dois quarteirões ruelas adentro.

À direita de quem desce está um mercado que para nós, belorizontinos, é uma paisagem bastante familiar. O Mercat Sant Josep, popularmente conhecido como La Boquería, é algo bem parecido com o Mercado Central, onde pudemos encontrar frutas, legumes, carnes, cogumelos, insetos comestíveis e toda sorte de bichos marinhos – ainda vivos.

Quase no fim da avenida, em uma rua estreita à esquerda, descobrimos o Museu de Cera, que funciona em um palacete do século XIX e que contém uma grande coleção de personalidades mundiais feitas em cera. Saindo do museu encontramos um curioso bar anexo com uma pequena placa antiga onde se lê “Bosc de Fades”. Definitivamente é o melhor lugar para se passar a primeira noite na cidade. Com uma temática interessante, uma mistura de taverna medieval com um bosque repleto de surpresas, o ambiente pode parecer estranho a primeira vista, mas garantimos que é muito legal. Curiosidade: o primeiro item da carta de coquetéis é a brasileiríssima caipirinha!

Enquanto descíamos as Ramblas, fomos tentados a desbravar as ruelas sinuosas e úmidas do Bairri Gótic. Esta parte da Ciutat Vella é uma das regiões mais antigas de Barcelona. Esse bairro parece estar escondido nas sombras da história, mas, ao contrário do que se pode imaginar, é o lugar perfeito para as compras dos descolados-moderninhos-alternativos-contemporâneos. No meio do caminho encontramos um curioso camelo que nos convidava a entrar em uma galeria chamada El Mercadillo. Lá encontramos várias coisas estranhas, desde largas calças turcas à um tipo de pano para se usar no pescoço chamado “palestino”, passando por uma considerável variedade de utensílios voltados para o consumo de drogas, até roupas para bebês com estampas de bandas punk. Foi também no Mercadillo que ficamos sabendo das baladas e shows alternativos que fervilham na cidade. Recebemos alguns flyers que davam direito a entrada grátis em vários desses eventos. É meio trash mas é divertido.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Passeios inesquecíveis - parte 2

A Catalunha como um todo é um lugar muito interessante e compensa bastante ir a outros lugares além de Barcelona. O povoado onde estamos, Castelldefels, também tem seus encantos. Aqui tem um castelo do século X, que está praticamente perfeito. Atualmente está passando por reformas, mas é possível adentrar suas muralhas e tocar em uma construção humana que é muito mais antiga que nosso próprio país! Apesar do castelo ser uma das coisas mais legais aqui no pueblo, a atração maior fica por conta da praia, que possui uma infinidade de bares e discotecas de todos os tipo e para todos os gostos.

Bares brasileiros existem quatro! Aliás, Castelldefels possui uma quantidade muito grande de brasileiros por metro quadrado. E sair para a balada nesses bares é certeza de não sentir mais saudade do Brasil: todo mundo fala português, bebe cerveja Brahma, toma guaraná Antártica, come feijoada e, claro, toma muita caipirinha. Não é difícil trombar por aí com o Ronaldinho, jogador de futebol do Barça, que por aqui é idolatrado como uma celebridade local.

Passeios inesquecíveis - parte 1

Fizemos vários passeios que serão dignos de se guardar na memória, como a nossa visita ao L'Aquárium, um dos maiores aquários da Europa, onde andamos dentro de um túnel transparente observando tubarões nadando em meio à arraias e peixes das mais diferentes espécies e tamanhos. O passeio mais emocionante foi, sem dúvida, quando fomos ver a Font Màgica, que fica pertinho na Plaza Espanya. As águas da enorme fonte dançam ao som de música clássica em um espetáculo de luz e cor realmente fascinante. Centenas de pessoas se reúnem por lá todos dias da semana, no início da noite, para ver a apresentação da inesquecível fonte. Não foi difícil encontrar quem se comovesse com essas águas.

Destacando-se dos homogêneos prédios da cidade, as obras do arquiteto Antoni Gaudí despertaram nossa mais profunda admiração. Arriscamos dizer que Gaudí está para Barcelona assim como o Niemeyer está para BH. Por aqui a gente “quase tropeça” nas obras dele espalhadas por todo lado. Dentre os edifícios mais badalados projetados pelo arquiteto, os que mais gostamos de visitar foram o Templo de la Sagrada Família, que está em eterna construção; o sinuoso edifício La Pedrera, onde não existem linhas retas; a imponente transformação feita na Casa Batlò, no meio do Passeig de Gracia (que sem duvida é a avenida mais chique da cidade) e o audacioso projeto do Park Güell. Esse último é especialmente belo porque é fruto da mais pura fantasia do arquiteto, moldada a partir das irregularidades do terreno. Como todos que passam por lá, não conseguimos diferenciar muito bem o que foi produzido pela Natureza e o que é invenção do artista. Juntando isso ao colorido dos mosaicos feitos com cacos de cerâmica, tivemos de concordar com Ariano Suassuna que disse, na sua última passagem por BH, que Gaudí não tinha medo nem da imaginação nem da cor.

Já do outro lado de Barcelona, em Montjuïc, a única elevação presente no sul da cidade, nos proporcionou uma visita aos modernos parques, museus e estádios que foram construídos para sediar os Jogos Olímpicos de 92. Aproveitamos a estação de teleférico mais próxima para subirmos confortavelmente até o Castelo no topo do monte e descobrimos que a construção que visitávamos tinha servido de refúgio para os membros da resistência durante a ditadura Espanhola. Ficamos de queixo caído com a soberba vista panorâmica sobre a cidade e o porto.

Como é inverno e estamos há bastante tempo aqui na região, conseguimos fazer um passeio muito legal, que ao mesmo tempo foi a realização de um sonho: viajamos também para a França, que está a 120Km daqui, encaramos nossa primeira temperatura abaixo de zero (-4,5ºC), conhecemos a neve e, de quebra, aprendemos a esquiar! Nunca mais poderemos reclamar de frio algum, pois a sensação de estar com pés e mãos congelados, mesmo com a roupa adequada é muito diferente de tudo o que já sentimos antes. Também, pudera: encaramos uma nevasca tao forte, que há anos não havia naquela região. Temos poucas fotos desse momento, pois as câmeras pararam de funcionar no frio e só voltaram quando a neve parou de cair. Assustador mesmo foi andar de carro e não conseguir distinguir nada na paisagem branca. Nesses momentos o carro tem que seguir devagar, com pneu especial ou corrente nas rodas, porque derrapar e cair no abismo da montanha é uma coisa que acontece com freqüência para os despreparados. Tivemos muito medo!

Todo o medo foi compensado pela alegria quase infantil de esquiar pela primeira vez. Conseguimos descer rampinhas, levamos alguns tombos e fizemos até um boneco de neve! O mais surreal dessa viagem ao “mundo de Nárnia” foi uma fonte de águas vulcânicas com temperatura de quase 50ºC. Em volta de onde brota a água existem pedras que formam uma piscina que foi construída em 1500 A.C. pelos romanos que colonizaram o lugar. Ao lado, estão as ruínas de uma casa de pedra, onde vimos restos de uma cama, algo parecido com um banheiro e uma sauna. Agora vem a parte freak: ficar um tempo na água quente, relaxando, e depois sair só de roupa de banho na neve para depois voltar para a água. Indescritível.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

De volta à terra brasilis

Ahh...nada como voltar para nossa terra...
...encontrar rostos e paisagens conhecidas e principalmente poder falar qualquer coisa e ser entendido. Falando nisso, passamos por várias situações engraçadas por causa do idioma lá na Espanha, principalmente por causa dos infames falsos cognatos.

Muitas palavras existem tanto em português quanto em espanhol, mas com significados muito diferentes nas duas línguas. Piso, por exemplo, é o que nós conhecemos por apartamento. E habitación é o quarto. Pagar propina para a camarera significa dar gorjeta para a garçonete. Chamar as pessoas de tio ou tia, não quer dizer que sejam irmãos de nossos pais, mas é como a maioria dos jovens se referem uns aos outros por aqui. Contestar o telefone não significa reclamá-lo, mas atendê-lo. Dizer que você quer ligar para alguém requer um pouco de cuidado. Ligar significa “ficar”. E se dizemos que vamos pegar alguém, isso quer dizer que queremos bater na pessoa. Dizer que vai folhear uma revista também causa certos constrangimentos, pois foneticamente se parece com follar, ou seja, manter relações sexuais.

Apellido
é sobrenome. Sobrenombre é apelido. Oficina é escritório. Mas se falamos de uma oficina de carros usa-se Taller. Os talheres que usamos para comer chamam-se Cubierto, mas coberta de dormir é Manta mesmo. Acreditamos que já assimilamos grande parte do repertório dessas “palavras-pegadinhas”, e estamos usando várias delas no nosso vocabulário do dia-a-dia aqui no Brasil.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

test de agendamento de post

http://draft.blogger.com

domingo, 17 de fevereiro de 2008

"Gracies per la seva visita"


Olá queridos leitores,
faltam poucas horas para voltarmos para o Brasil e provavelmente este será nosso ultimo post escrito deste lado do Atlântico.

Estamos bastante "tristes e felizes ao mesmo tempo" neste momento. As malas já estao prontas e às 9:45 da manha de hoje (no horario daqui) iremos começar a voar denovo...

Pero no pasa nada, ainda nao é hora de dizer um adeus definitivo. Temos muitas histórias para escrever aqui e mais de mil e novecentas fotos para escolher postar (isso sem falar nos videos que ainda nao conseguimos editar).

Entao, se voce ainda quiser acompanharam nossas aventuras nessa terra de continue nos visitando. Teremos sempre alguma coisa para contar!

_ Brasil, aí vamos nós (outravez) !!!